miércoles, 24 de octubre de 2012
BELEZA MORTA
BELEZA MORTA
De leve, louro e enlanguescido helianto
Tens a flórea dolência contristada...
Há no teu riso amargo um certo encanto
De antiga formosura destronada.
No corpo, de um letárgico quebranto,
Corpo de essência fina, delicada,
Sente-se ainda o harmonioso canto
Da carne virginal, clara e rosada.
Sente-se o canto errante, as harmonias
Quase apagadas, vagas, fugidias
E uns restos de clarão de Estrela acesa...
Como que ainda os derradeiros haustos
De opulências, de pompas e de faustos,
As relíquias saudosas da beleza.
Cruz e Souza
Tu tens a etérea forma fugidia
Das nuvens sobre um pano, o firmamento,
Na tua arquitetura esta alquimia
Efêmera ternura de um momento,
A sílfide com forma tão esguia,
Ao mesmo tempo, um colo que opulento,
Num átimo eclodindo a fantasia,
Na qual; farto delírio, eu me atormento.
Singrar por nebulosas, nos quasares,
Pulsátil sensação me leva a Antares,
E feito um girassol, hipnotizado
Em áureas esculturas, burilada,
Na noite mais brilhante, constelada,
Um insondável sonho, eternizado...
MARCOS LOURES
Suscribirse a:
Enviar comentarios (Atom)
No hay comentarios:
Publicar un comentario