viernes, 27 de enero de 2012

DESENCONTRO 2

DESENCONTRO

Como um vencido a ti pedir clemência

Meu coração eu lhe entreguei partido

Chorava-me este corpo na demência

N’um desatino deste amor vivido

Doía então minh’alma, a dor sem fim

Feito uma adaga que traspassa o peito

Cirros fortes desciam sobre mim,

Você dormia, inerte, no teu leito!!

Mas nem assim toquei teu coração

E o desespero, meu, foi todo em vão

Feito andarilho, errante, então parti,

Como quem volta à tumba do desgosto

Correndo o sangue em lágrimas no rosto

Num desespero que eu jamais senti

Sérgio Márcio Carvalho.

Por vezes procurasse uma clemência
Embora tantas vezes me iludisse
A vida na verdade não predisse
O quanto se marcasse em coerência,

O vento toma toda a imprevidência
E gera o que perdura em tal mesmice
Ditames deste amor, velha mesmice,
A sorte não é mera coincidência...

Esparramando versos pelas ruas,
Ao menos esperanças tu cultuas
E sabes do sentido amanhecer,

Despudoradamente o tempo corta,
E a solidão expressa a luta, morta,
Tomando num momento todo o ser...

Gilberto de Freitas.

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