viernes, 27 de enero de 2012

DESENCONTRO

DESENCONTRO


Tu dizes que contigo eu fui tão rude,
do desprazer a mais segura fonte,
sem gestos de carinho puro, insonte,
d’amor vazia, sem qualquer virtude...

Mas só eu sei de minha solitude,
das lágrimas rolando em minha fronte,
dos longos dias meus, de meu desmonte...
Mas devo te dizer: fiz o que pude!

Não viste meus desejos? Meus encantos?
Os meus olhares tão enamorados?
Eu te busquei, mas tudo foi em vão.

Restaram em minhas mãos carinhos tantos,
nos lábios meus os beijos não te dados,
no meu olhar as marcas da paixão.

Edir Pina de Barros

O quanto poderia ser mais rude
E crer no que viria ou não soubera
Ao menos alimenta velha fera
Que tanto se atrevesse, mas não mude.

Meu passo busca em sua magnitude
O bem quando em verdade mal se espera
A luta me aproxima da quimera
E sei do sonho vago ou amiúde,

Negar o quanto houvera dentro em mim,
Marcando com ternura o teu jardim,
Primaveris sinais do que carregas,

Pressinto a solução sem mais temores,
E sigo seu caminho aonde fores,
Amor, um raro vinho em m’as adegas...

GILBERTO DE FREITAS

No hay comentarios:

Publicar un comentario